Handebol

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Após ver a guerra de perto, Morten Soubak cura feridas do handebol feminino do Brasil

Fã de futebol e são-paulino, dinamarquês sonha levar a seleção ao pódio no Mundial
10/11/2011 15:32 - Atualizado em 10/11/2011 16:09
Morten Soubak dirige a seleção feminina desde junho de 2009 - Divulgação / Photo&GrafiaEx-funcionário da Cruz Vermelha, Morten Soubak passou boa parte da década de 90 cuidando de refugiados de conflitos de guerra na antiga Iugoslávia. Anos depois, o dinamarquês desembarcou no Brasil com a missão de deixar a seleção feminina de handebol com mais força. Seu próximo desafio é o Campeonato Mundial, que será realizado em São Paulo de 2 a 18 de dezembro.
Morten, ex-técnico da equipe masculina do Pinheiros, tradicional clube da capital paulista, onde foi campeão da Liga Nacional e do Campeonato Paulista, assumiu a seleção brasileira feminina em junho de 2009. Substituto do espanhol Juan Oliver, que levou o país à nona posição nos Jogos Olímpicos de Pequim, resultado abaixo do esperado pela cúpula do esporte, o dinamarquês foi contratado com a tarefa de implantar um novo sistema de trabalho e tentar superar a sétima colocação obtida no Mundial de 2005, na Rússia.
- Espero que possamos aproveitar a oportunidade e fazer o handebol evoluir. Na luta por um lugar no pódio, nossos principais adversários são Noruega, Franca e Rússia – enumera.

Um autêntico brasileiroNatural de Fodby, cidade situada ao sul de Copenhagen, o treinador de 47 anos morou no Brasil pela primeira vez em 1995, quando treinou o Osasco. Retornou à Europa e, dez anos depois, fez o caminho de volta, desta vez para assumir o Pinheiros. Hoje, totalmente adaptado à língua portuguesa – sequer precisa de intérprete para passar instruções -, ao clima, aos costumes e à culinária do país, Morten Soubak já fala como um autêntico brasileiro.
- O que eu mais gosto do Brasil, é claro, é o povo. A tranquilidade, os braços abertos, todo o clima de alegria. Sempre fui muito ligado aos esportes, e sou um grande admirador do futebol brasileiro. Ainda choro um pouco quando me lembro da seleção de 1982 (derrota do Brasil para a Itália na segunda fase da Copa da Espanha) – revela o dinamarquês, que também se formou, nos EUA, em treinador de futebol, e é são-paulino confesso.

Morten tieta Pelé durante um encontro entre na Dinamarca, em 2009 - Divulgação / Photo&Grafia

Além do futebol, o vôlei, outra modalidade que faz sucesso no país, também chama a atenção de Morten, que fala com respeito sobre o comandante da seleção masculina.
- Eu acompanho o trabalho de outros técnicos, seja de handebol ou de outras modalidades. O Bernardinho é um exemplo. É claro que eu admiro muito o trabalho dele.
Morando em São Paulo com esposa e filho, Morten vai à Dinamarca uma ou duas vezes por ano. Mas, ainda que não esqueça suas raízes, deixa transparecer que, hoje, um outro amor fala mais alto em seu coração:
- Eu me apaixonei pelo Brasil. Acho que nasci no lugar errado.

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