Sede do Mundial feminino, Brasil tem chance de ouro para popularizar o esporte

Presidente da Federação Internacional de Handebol vê potencial de crescimento no país

08/11/2011 11:11 - Atualizado em 08/11/2011 11:32

Por Daniel Costa e Silva http://www.ahebrasil.com.br/noticias/exibe.php?id=1645
RIO

Sede do XX Campeonato Mundial feminino de handebol, programado para acontecer entre 2 e 18 de dezembro, o Brasil tem em mãos uma oportunidade única para alavancar a popularização de um esporte até hoje difundido nas escolas, mas que ainda engatinha no meio profissional.
Embora o evento tenha sofrido um baque em maio, quando Santa Catarina se viu sem condições de organizá-lo e passou o bastão às pressas para São Paulo, o presidente da Federação Internacional de Handebol (IHF, na sigla em inglês), Hassan Moustafa, não temeu ter feito a escolha errada. Em entrevista por e-mail, ele demonstrou entusiasmo com os ganhos que os brasileiros podem ter a partir da experiência de acompanhar ao vivo, pela primeira vez em uma competição de tão alto nível no país, a seleção tetracampeã pan-americana.
- Nas últimas décadas, todo grande campeonato foi responsável por dar o pontapé inicial para o futuro do handebol no país sede. Um Campeonato Mundial terá (no Brasil) um efeito positivo em toda a modalidade, desde as categorias de base até o profissional – afirmou.
Hassan Moustafa lembrou que, na China, onde o handebol nunca atraiu grande atenção do público, o esporte apresentou crescimento além do esperado após ser sede do Campeonato Mundial feminino de 2009. Principalmente entre os mais jovens.
- Tenho esperança que o mesmo ocorra no Brasil. Mas é preciso ter paciência. Toda mudança começa devagar – ponderou.

Confiança nos brasileirosOriginalmente programado para ocorrer em Santa Catarina, o Mundial teve a sede trocada para São Paulo em maio, sete meses antes de a bola quicar, por questões “logísticas e organizacionais”, segundo Hassan. A mudança repentina não foi suficiente para assustar os dirigentes da IHF, satisfeitos com o esforço que os brasileiros têm feito para organizar o campeonato.
- Nunca pensamos em levar o Campeonato Mundial para outro país. Confiamos 100% nos brasileiros – garantiu Moustafa.




Segundo Leon Kalin, diretor executivo da IHF, o Brasil está devidamente preparado para sediar o evento.
- Estamos em contato diário com o comitê organizador do Mundial e posso assegurar que todos os passos estão sendo dados de acordo com nossas expectativas – afirmou, também em entrevista por e-mail.
Em termos esportivos, a expectativa é que a seleção brasileira, dirigida pelo dinamarquês Morten Soubak, consiga ir além da sétima colocação que conseguiu no Mundial da Rússia, em 2005. A conquista do tetracampeonato pan-americano em Guadalajara injetou ainda mais confiança nas meninas.
- O nosso pedido para organizar esta competição está diretamente relacionado ao fato de acreditarmos no potencial de nossa equipe e, justamente, na expectativa de conquistarmos o melhor resultado até então obtido na categoria – disse o presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Manuel Luiz Oliveira.