Handebol

domingo, 27 de setembro de 2009

INDIGNAÇÃO NO HANDEBOL

Prezada Yara,
Venho através deste expressar minha indignação e profunda tristeza, em relação ao fato ocorrido no jogo deste último domingo. Fato este relatado ao delegado da partida e que consta do relatório que acompanha a súmula de jogo.
Sabemos da importância de uma competição como o JEPAR, que classifica as melhores equipes de cada modalidade para serem representantes do Estado do Rio de Janeiro nas Olimpíadas Escolares. Portanto, considero inadmissível tal episódio, onde um árbitro se refere ao trabalho de um professor como uma palhaçada.
De acordo com o dicionário Aurélio, palhaçada significa "dito ou ato próprio de palhaço". Ainda segundo a mesma referência, palhaço significa "artista de circo que usa traje grotesco e que faz pilhérias e trejeitos" ou "pessoa que se presta ao ridículo". Honestamente, ainda me questiono em qual das duas definições me incluiria.
Mobilizar mais de 60 alunos para uma competição é palhaçada?
Viabilizar recursos, tais como uniforme, material, transporte e equipe de apoio, é palhaçada?
Treinar jovens atletas, buscando o aperfeiçoamento a cada treino, é palhaçada?
Buscar atualização, pesquisando o que há de mais novo que possa ser implementado e disponibilizado aos atletas é palhaçada?
Administrar conflitos na escola, que é duramente cobrada pela família em relação às questões pedagógicas, muitas vezes visando aprovação no vestibular; e argumentar com coordenação e demais colegas de profissão sobre a importância do esporte na formação do indivíduo, desenvolvendo características como trabalho em equipe, controle emocional, entre outras, que também contribuirão para a formação profissional e até mesmo no momento do vestibular é palhaçada?
Motivar competidores para jogos aos finais de semana, quando já passamos da metade do ano e participamos de outras tantas competições, e após terem aulas inclusive aos sábados, para cumprir carga horária devido à paralisação pela gripe suína, é palhaçada?
Abrir mão do convívio com a família, durante o descanso semanal, é palhaçada?
Nesse mesmo dia, da referida palhaçada, tivemos imprevistos de ordem logística que por pouco não nos impediram de participar da competição. No entanto, fizemos o que foi necessário, a fim de proporcionar aos atletas mais uma oportunidade de jogar e, mais que isso, demonstrando nosso comprometimento com a competição e respeito aos demais competidores e profissionais que, como nós, se dispuseram a estar ali naquele momento.
Não venho aqui solicitar uma punição para o árbitro, porque acredito que todos os atletas e profissionais que militam pelo handebol já foram punidos com esse tipo de atitude. Quem mais perde é o esporte! São atletas que amanhã poderão não querer mais jogar aos finais de semana, profissionais que mais tarde poderão não querer mais abrir mão do convívio familiar, ou seja, toda a mobilização necessária para um evento de tamanha importância se perderá, por conta de uma palhaçada.
Creio que caiba à organização, com o apoio das federações de cada modalidade, trabalhar com seus árbitros o real sentido de uma competição estudantil, para que os eventos tenham por princípio o estímulo à prática e o desenvolvimento do esporte. Não podemos esquecer que, além de atletas, temos cidadãos em formação. Por isso também e recorrendo ao juramento que fiz, enquanto professor de Educação Física, busco atuar com dignidade, amor e ética profissional na arte de educar.
Agradeço a atenção dispensada!
Atenciosamente,
Claudio Patriota

2 comentários:

  1. Amigo Claudio, em nenhum momento me referi a você com o intuito de menosprezar o seu trabalho, nem tão pouco de manchar sua imagem contruída ao longo de anos de trabalho dedicado a essa profissão tão linda que também me faz tão bem.
    Peço desculpas a você principalmente por não ter tido a sensibilidade necessária para conduzir nossa conversa,e só percebi depois do ocorrido que você estava bastante nervoso, mas agora fiquei sabendo o motivo. Espero poder encontrá -lo em breve para por me desculpar pessoalmente. Um abraço e fique com Deus, pois ele está sempre ao lado das pessoas de bem como você.

    André Montenegro

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  2. " Na vida não precisamos acertar sempre,mas a cada dia errar menos.
    E é necessário que a cada erro,aprendamos o máximo possível para que esses erros tornem-se experiências aproveitáveis,das quais precisaremos no futuro, para não cometer os mesmo erros."
    Não se pode esquecer que estamos lidando com adolescentes, com atletas em formação e que é preciso, a cada dia, falarmos: de respeito ao outro, ética, companheirismo, espírito de equipe,negocição,lealdade,liderança,adaptabilidade...
    Quando erramos temos que assumir as consequências dos mesmos.
    Espero que providências sejam tomadas para que um fato como esse não mais aconteça.
    Marcia Moncken

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