Intercâmbio de handebol no país do futebol
Pelo terceiro ano consecutivo, jovens noruegueses desembarcam no Brasil. Temporada envolve partidas contra brasileiros, treinos e visitas aos pontos turísticos
08/12/2011 17:56 - Atualizado em 08/12/2011 18:33Por Natália da Luz
http://www.ahebrasil.com.br/noticias/2011/12/08/handebol/intercambio+de+handebol+no+pais+do+futebol.html
RIO
O país do futebol costuma receber atletas e equipes de fora para intercâmbios que favoreçam a prática do jogo sobre a grama, com a bola nos pés. Mas, agora, a bola da vez foi a do handebol, lançada por crianças cheias de expectativas e de vontade de crescer em um esporte pouco visado pelo alto rendimento. Pelo terceiro ano consecutivo, jogadores de handebol da Noruega desembarcaram no Rio de Janeiro para treinar com jovens brasileiros, que não se deixam abater pela técnica reconhecida da equipe que é campeã olímpica feminina.
Roberta Raffaelli, professora de Educação Física do colégio Anglo-Americano (onde foram realizadas as partidas), disse, em entrevista ao AHE!, que as crianças ficam empolgadas com essa troca.
- Elas veem os atletas de outro país e tomam conhecimento de que o treinamento é igual, de que o aquecimento é igual. Elas ficam felizes em saber que estão em nível tão alto quanto ao dos jogadores noruegueses - explica Roberta, afirmando que a maior diferença mesmo está na tática, na forma de cada técnico ensinar o esporte.
Visivelmente mais alta, a equipe (de 24 jogadores, sendo 8 meninos e 16 meninas) do colégio Skogn Folkehogskole, liderada por Kristian Berg, está na faixa dos 18, 21 anos, diferentemente dos times brasileiros (entre os 12 e 14 anos).
- Eu pergunto aos meus alunos se eles vão querer apenas assistir, conversar, observar, mas eles querem é jogar - revela com orgulho a educadora que ajuda a propagar o handebol.
Natalia, que defende o Colégio Santa Mônica (instituição que participou do torneio contra os noruegueses, ao lado do Colégio Mercúrio, Faria Brito e Anglo-Americano), define a experiência como sensacional.
- Eles são maravilhosos, não falam a nossa língua, mas dá para a gente se entender. A Noruega é uma referência no esporte, e poder experimentar isso aqui é maravilhoso -
No colégio que foi palco da disputa na última segunda-feira, Roberta explica que incentivar o handebol na escola e apoiar iniciativas como essa é uma oportunidade de facilitar a iniciação e de provar que a instituição de ensino pode ser o primeiro passo para o alto rendimento.
Handebol como incentivador de intercâmbio cultural
Se o Brasil é reconhecido por suas habilidades com a bola nos pés, a Noruega tem posição de destaque na prática de dois esportes, em função de sua variação climática: esqui para a temporada de inverno e handebol para a temporada de verão. Claudio Patriota, professor de Educação Física e coordenador das equipes de handebol do Colégio Anglo-Americano, responsável pelo intercâmbio (foi a partir do seu blog sobre handebol que a escola norueguesa conheceu o seu trabalho), acredita que qualquer troca cultural seja importante. Por isso, a missão dele vai além do esporte, já que os alunos têm a chance de conhecer a Noruega, além de sua tática.
- Essa iniciativa estimula os nossos jovens porque unimos dois povos completamente diferentes (os nórdicos e os latinos) em uma mesma quadra - afirma em entrevista ao AHE! por telefone, durante o intervalo do Mundial da modalidade que acontece em São Paulo.
Para confirmar esse propósito, Cláudio lista as atividades dos visitantes aqui no Brasil, além do torneio que aconteceu na segunda-feira.
- Os jovens passam duas semanas no Rio de Janeiro, visitam as favelas, pontos turísticos e ainda ficam cerca de 5 dias em Ilha Grande (região do estado do Rio de Janeiro conhecida como Costa Verde) treinando e aprendendo sobre o meio ambiente - completa.
A Noruega é um país com estações bem definidas, mesmo assim, durante a maior parte do ano as baixas temperaturas reinam absolutas. Abençoados pelo sol, a nossa terra acaba proporcionando aos jogadores treinamentos ao ar livre, partidas na praia, longe da vista de qualquer ponta de iceberg.
Kristian Berg disse em entrevista ao AHE! que o handebol é, sem dúvida, um dos maiores esportes do seu país.
- Nós jogamos o tempo inteiro. A vinda para o Brasil é uma forma de dar a oportunidade aos nossos alunos de conhecerem uma cultura diferente.
Neste ano, a vinda foi postergada (geralmente acontece entre outubro e novembro) para conciliar com o Mundial, que eles assistirão de camarote nesta quinta-feira, antes de embarcarem de volta para a Europa.
De olho no torneio, ele compartiha o desejo de ver a Noruega na final, lembrando que há países de peso no caminho deles como Coréia do Sul e Rússia. Mesmo consciente da distância entre Brasil e Noruega, quando o assunto é handebol, Kristian diz que o Brasil está evoluindo. Uma prova disso foi a vitória do Brasil sobre a França, partida que Cláudio assistiu ao vivo, na última terça-feira.
- Foi muito emocionante ver o Brasil ganhar de virada (de 26 a 22) de uma equipe que é referência no esporte. Isso, sem dúvida, divulga o handebol e estimula os nossos jovens.
Pelo terceiro ano consecutivo, jovens noruegueses desembarcam no Brasil. Temporada envolve partidas contra brasileiros, treinos e visitas aos pontos turísticos
08/12/2011 17:56 - Atualizado em 08/12/2011 18:33Por Natália da Luz
http://www.ahebrasil.com.br/noticias/2011/12/08/handebol/intercambio+de+handebol+no+pais+do+futebol.html
RIO
O país do futebol costuma receber atletas e equipes de fora para intercâmbios que favoreçam a prática do jogo sobre a grama, com a bola nos pés. Mas, agora, a bola da vez foi a do handebol, lançada por crianças cheias de expectativas e de vontade de crescer em um esporte pouco visado pelo alto rendimento. Pelo terceiro ano consecutivo, jogadores de handebol da Noruega desembarcaram no Rio de Janeiro para treinar com jovens brasileiros, que não se deixam abater pela técnica reconhecida da equipe que é campeã olímpica feminina.
Roberta Raffaelli, professora de Educação Física do colégio Anglo-Americano (onde foram realizadas as partidas), disse, em entrevista ao AHE!, que as crianças ficam empolgadas com essa troca.
- Elas veem os atletas de outro país e tomam conhecimento de que o treinamento é igual, de que o aquecimento é igual. Elas ficam felizes em saber que estão em nível tão alto quanto ao dos jogadores noruegueses - explica Roberta, afirmando que a maior diferença mesmo está na tática, na forma de cada técnico ensinar o esporte.
Visivelmente mais alta, a equipe (de 24 jogadores, sendo 8 meninos e 16 meninas) do colégio Skogn Folkehogskole, liderada por Kristian Berg, está na faixa dos 18, 21 anos, diferentemente dos times brasileiros (entre os 12 e 14 anos).
- Eu pergunto aos meus alunos se eles vão querer apenas assistir, conversar, observar, mas eles querem é jogar - revela com orgulho a educadora que ajuda a propagar o handebol.
Natalia, que defende o Colégio Santa Mônica (instituição que participou do torneio contra os noruegueses, ao lado do Colégio Mercúrio, Faria Brito e Anglo-Americano), define a experiência como sensacional.
- Eles são maravilhosos, não falam a nossa língua, mas dá para a gente se entender. A Noruega é uma referência no esporte, e poder experimentar isso aqui é maravilhoso -
No colégio que foi palco da disputa na última segunda-feira, Roberta explica que incentivar o handebol na escola e apoiar iniciativas como essa é uma oportunidade de facilitar a iniciação e de provar que a instituição de ensino pode ser o primeiro passo para o alto rendimento.
Handebol como incentivador de intercâmbio cultural
Se o Brasil é reconhecido por suas habilidades com a bola nos pés, a Noruega tem posição de destaque na prática de dois esportes, em função de sua variação climática: esqui para a temporada de inverno e handebol para a temporada de verão. Claudio Patriota, professor de Educação Física e coordenador das equipes de handebol do Colégio Anglo-Americano, responsável pelo intercâmbio (foi a partir do seu blog sobre handebol que a escola norueguesa conheceu o seu trabalho), acredita que qualquer troca cultural seja importante. Por isso, a missão dele vai além do esporte, já que os alunos têm a chance de conhecer a Noruega, além de sua tática.
- Essa iniciativa estimula os nossos jovens porque unimos dois povos completamente diferentes (os nórdicos e os latinos) em uma mesma quadra - afirma em entrevista ao AHE! por telefone, durante o intervalo do Mundial da modalidade que acontece em São Paulo.
Para confirmar esse propósito, Cláudio lista as atividades dos visitantes aqui no Brasil, além do torneio que aconteceu na segunda-feira.
- Os jovens passam duas semanas no Rio de Janeiro, visitam as favelas, pontos turísticos e ainda ficam cerca de 5 dias em Ilha Grande (região do estado do Rio de Janeiro conhecida como Costa Verde) treinando e aprendendo sobre o meio ambiente - completa.
A Noruega é um país com estações bem definidas, mesmo assim, durante a maior parte do ano as baixas temperaturas reinam absolutas. Abençoados pelo sol, a nossa terra acaba proporcionando aos jogadores treinamentos ao ar livre, partidas na praia, longe da vista de qualquer ponta de iceberg.
Kristian Berg disse em entrevista ao AHE! que o handebol é, sem dúvida, um dos maiores esportes do seu país.
- Nós jogamos o tempo inteiro. A vinda para o Brasil é uma forma de dar a oportunidade aos nossos alunos de conhecerem uma cultura diferente.
Neste ano, a vinda foi postergada (geralmente acontece entre outubro e novembro) para conciliar com o Mundial, que eles assistirão de camarote nesta quinta-feira, antes de embarcarem de volta para a Europa.
De olho no torneio, ele compartiha o desejo de ver a Noruega na final, lembrando que há países de peso no caminho deles como Coréia do Sul e Rússia. Mesmo consciente da distância entre Brasil e Noruega, quando o assunto é handebol, Kristian diz que o Brasil está evoluindo. Uma prova disso foi a vitória do Brasil sobre a França, partida que Cláudio assistiu ao vivo, na última terça-feira.
- Foi muito emocionante ver o Brasil ganhar de virada (de 26 a 22) de uma equipe que é referência no esporte. Isso, sem dúvida, divulga o handebol e estimula os nossos jovens.
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